Para aplacar pressão por crise ambiental, Bolsonaro é recomendado a… acabar com o ministério do meio ambiente

incorporação meio ambiente e agricultura

Parece brincadeira, mas todo cuidado é pouco em se tratando da atual administração: de acordo com a Folha, empresários do agronegócio e membros do próprio governo propuseram a Bolsonaro a incorporação do meio ambiente ao ministério da agricultura como uma “solução” para a crise ambiental. Pela ideia “genial” dessa turma, a condução da política federal para o meio ambiente seria transferida ao Conselho da Amazônia, chefiado por Mourão, e o restante das funções administrativas seria transferido à pasta hoje comandada por Tereza Cristina.

A premissa da proposta – que a política para a Amazônia seria melhor conduzida por Mourão e pelos militares – não fica em pé quando comparada com a realidade: na mesma Folha, Fabiano Maisonnave, Lalo de Almeida e Monica Prestes mostram como a presença de centenas de soldados do Exército, que teoricamente deveriam conter o desmatamento e outros crimes ambientais na Amazônia, não fez nem cócegas nos criminosos. Apesar da Operação Verde Brasil 2, em andamento desde maio, o desmate na região de Apuí chegou a 23,1 mil hectares nos primeiros oito meses de 2020, número 5,1% maior que toda a área desmatada no ano passado, segundo dados do MapBiomas.

Enquanto isso, o ministro-general Augusto Heleno disse que o governo Bolsonaro não pode ser cobrado pelos desastres ambientais na Amazônia e no Pantanal por não ter tido ainda tempo suficiente para agir. O general disse ainda que, “se nós somarmos o que é anunciado anualmente de percentual destruído, não existiria nada além de terra sem nenhuma árvore”.

Com informações do Estadão e do Valor.

Em tempo: Ainda na seara das “soluções inúteis para investidor engolir”, Salles anunciou na 6ª feira (2/10) a criação de um grupo de trabalho para discutir a fusão entre Ibama e ICMBio, com maioria formada por PMs de SP, que terá até 120 dias para apresentar suas conclusões. Estadão e O Globo dão mais detalhes.

 

ClimaInfo, 5 de outubro 2020.

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