Ambientalistas criticam concessões da União Europeia para agronegócio

União Europeia

Os ministros da agricultura da União Europeia fecharam um acordo na 4ª feira (21/10) para destinar parte do orçamento da política agrícola para programas de sustentabilidade e meio ambiente, em um esforço para alinhar uma das áreas econômicas mais sensíveis do continente às propostas de recuperação verde e de neutralidade climática do bloco.

A Política Agrícola Comum (CAP, sigla em inglês) representa 1/3 do orçamento total da UE para o período de 2021-2027 (cerca de US$ 460 bilhões). Pelo acordo fechado em Luxemburgo, 20% dos recursos destinados à CAP serão reservados para agricultura orgânica e outras práticas favoráveis ao clima, como sequestro de carbono no solo. O texto também prevê a restrição de financiamento a produtores rurais que descumprirem regras ambientais e que, nesse sentido, prejudiquem as metas climáticas da UE. Na Deutsche Welle, Max Zander lamentou que o acordo fechado pelos ministros da UE não tenha sido mais ambicioso.

O tema também está sendo discutido pelo Parlamento Europeu, que aprovou no mesmo dia uma proposta que estipula que 60% dos recursos para agricultura seguirão sem condicionantes ambientais ou climáticas. A proposta foi duramente criticada por ambientalistas, que consideram que essa meta enfraquece ainda mais a ação climática dentro da UE e inviabiliza o cumprimento das metas do bloco. A ativista Greta Thunberg acusou os europarlamentares de “renderem” o futuro dos jovens à crise climática. Guardian e Reuters destacaram as reações críticas à proposta aprovada pelo Parlamento Europeu.

 

ClimaInfo, 23 de outubro 2020.

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