Cientistas usam drone para analisar impactos da mudança do clima no Polo Norte

drone Polo Norte

Este ano Papai Noel será espionado por drones. Pela primeira vez, cientistas estão despachando drones com sensores para medir o albedo no Polo Norte – o quanto de luz solar que é refletida pela brancura de gelo e neve e o quanto é absorvida pela superfície. Este é um dado-chave para os modelos climáticos e ajuda a determinar a velocidade do desaparecimento desses gelo e neve. Um primeiro obstáculo sério é que os sistemas ancorados em GPS sofrem com as imprecisões decorrentes da proximidade com o polo magnético, muitas vezes obrigando os cientistas a ter que operar a navegação manualmente. Depois, o frio congela neblinas em cima das hélices, derrubando os aparelhos. E as fortes tempestades na região inviabilizam a operação por dias. Papai Noel terá que esperar uma neblina forte para sair da sua oficina este ano.

Em tempo: A navegação e as seguradoras enfrentam dores de cabeça com rotas marítimas no Ártico. A formação cada vez menor e mais tardia do gelo ártico abriu rotas de navegação em épocas inimagináveis até há pouco. Mas a oportunidade ainda é cheia de riscos. Segundo matéria da Reuters, vigias nos navios são trocados a cada hora para evitar a perda de concentração e deixar de observar icebergs, principalmente os menores, que atravessam a rota. Fora isso, equipamentos padrão na navegação internacional, congelam. E os sistemas de navegação se atrapalham com a proximidade do pólo. Como as rotas são novas, não há pontos de apoio ao longo delas para o caso de danos. Junto com o aprendizado dos marinheiros, as empresas de seguro também estão navegando em rotas novas. Como avaliar os riscos de colisão com icebergs e como estimar o prejuízos caso isso ocorra. O histórico da navegação internacional não ajuda a modelar esses risco e as empresas de navegação estão tendo que pagar prêmios altos. Isso quando encontram seguradoras que topem correr o risco.

 

ClimaInfo, 29 de outubro 2020.

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