Puxadas pelo desmatamento da Amazônia, emissões brasileiras de carbono subiram quase 10% em 2019

emissões brasileiras

As emissões brasileiras de gases de efeito estufa (GEE) tiveram um aumento significativo em 2019, 1º ano do governo Bolsonaro. De acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões de GEE (SEEG), o país lançou à atmosfera cerca de 2,17 bilhões de toneladas brutas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e), uma alta de 9,6% sobre 2018 (1,98 bilhão de tCO2e). O aumento consolida a reversão da tendência de redução observada entre 2004 e 2010, e sugere que o país não deverá cumprir a meta de corte de emissões definida pela Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) em 2020.

O aumento foi puxado pelo desmatamento na Amazônia, que disparou em 2019. As emissões da mudança de uso da terra subiram 23% no ano passado, atingindo 968 milhões de tCO2e (ante 788 milhões de tCO2e em 2018). O desmatamento respondeu por 44% do total das emissões em 2019. A agropecuária vem em segundo lugar, com 598,7 milhões de tCO2e, um aumento de 1% com relação a 2018. Somando as emissões de uso da terra e agropecuária, a atividade rural – direta ou indiretamente – respondeu por 72% das emissões do ano passado.

As emissões dos setores de energia aumentaram 1%, atingindo 413,6 milhões de tCO2e, enquanto as da indústria caíram 2%, chegando a 99 milhões de tCO2e. As emissões do manejo de resíduos cresceram 1,3%, chegando a 96,1 milhões de tCO2e.

As emissões estimadas para 2019 colocam o Brasil como o 6º maior emissor de GEE (ou 5º, se a União Europeia for excluída), e as emissões per capita do país seguem superiores à média mundial: 10,4 toneladas brutas de CO2 contra 7,1 toneladas.

Os dados do SEEG foram amplamente destacados na imprensa, com matérias em Estadão, Folha, O Globo, Reuters, Valor, UOL e no Jornal Nacional, entre outros veículos da imprensa.

 

ClimaInfo, 9 de novembro 2020.

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