A queda na demanda por energia no Brasil motivada pela pandemia e a intensificação dos esforços globais para descarbonizar a geração elétrica motivaram o desenvolvimento de uma proposta que defende antecipar o descomissionamento de diversas usinas termelétricas a óleo e a carvão com contratos vencendo nos próximos anos. Essa ideia é defendida pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) e pretende eliminar mais de 4 gigawatts (GW) de capacidade térmica que hoje não fazem falta ao sistema e que, se fossem desativadas, ajudariam a reduzir as sobras de energia no sistema elétrico nacional.
Como destacou o Valor, a antecipação do descomissionamento das usinas termelétricas com vencimento próximo poderia ser viabilizada, por exemplo, com a realocação de recursos previstos na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para essas plantas. Assim, o Brasil diminuiria o prejuízo das distribuidoras e dos clientes com sobrecontratação de energia e, ao mesmo tempo, alinharia o país ao movimento internacional de desativação de usinas a gás e carvão.
Em tempo: A nova onda de COVID-19 na Europa está sendo enfrentada com a retomada de medidas mais rígidas de distanciamento social – em alguns casos, com lockdowns. Para a Agência Internacional de Energia (IEA), essa situação prenuncia novos problemas para o setor energético no continente, com uma queda substancial na demanda nos próximos meses e perspectivas cada vez mais distante de recuperação em 2021. De acordo com a Reuters, a IEA deve revisar sua previsão de demanda por petróleo para os próximos dois anos na próxima 5ª feira (12/11), o que deve incluir também os reflexos da vitória de Joe Biden nos EUA.
ClimaInfo, 10 de novembro 2020.
Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.
