Enquanto a destruição da Amazônia avança a passos largos, as chuvas sob o Brasil continental tropeçam. Produtores de Mato Grosso relatam que nunca viram um ano com tanta irregularidade pluviométrica. O jornalista Mauro Zafalon, da coluna Vai e Vem das Commodities, resumiu o tamanho do problema: o Brasil vive uma intensa seca, constante desde 2018 e que se ampliou neste ano. Ela está afetando – e seriamente – algumas regiões produtoras de grãos e a recuperação das pastagens. Por isso, a safra 2020/21 está com atraso no plantio e semeadura em clima seco, o que favorece a quebra de produção e a necessidade de replantio. Mato Grosso, por exemplo, deverá refazer o plantio de soja em 277 mil hectares. Como o milho safrinha vem logo após a soja, um atraso nesta poderá levar a semeadura a um período menos favorável para a cultura, devido à redução das chuvas.
A irregularidade pluviométrica está afetando também os reservatórios das hidrelétricas. Apesar do aumento das chuvas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o volume verificado nas principais bacias se mantém abaixo dos níveis históricos, segundo comunicado do Ministério de Minas e Energia (MME). Resultado: em reunião extraordinária realizada nesta segunda (16), o Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu manter a operação de térmicas a gás natural no país para poupar a água dos reservatórios. Mesmo com a retração da economia causada pela pandemia, o volume de geração de energia por usinas térmicas no país atingiu no fim de outubro os maiores patamares desde 2017, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (NOS). Nesta segunda, 22,5% da energia gerada no sistema elétrico nacional vinha de usinas desse tipo. A notícia é da Folha.
ClimaInfo, 18 de novembro 2020.
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