O Desmog repercutiu um artigo recente publicado pelo think tank conservador Competitive Enterprise Institute (CEI), o qual levanta possíveis impactos ambientais da expansão e do uso de veículos elétricos. Os argumentos são antigos: o texto cita problemas relacionados a produção e descarte de baterias elétricas, bem como à fonte de eletricidade que alimenta esses veículos. Por exemplo, o texto afirma que os impactos ambientais resultantes da mineração de cobalto e lítio são subestimados pelos defensores dos carros elétricos. Curiosamente, o documento da CEI não cita que esses minerais são amplamente usados pela indústria em geral, inclusive na fabricação de veículos à combustão, e ignora os benefícios ambientais associados aos veículos elétricos – em especial, o fato de eles não emitirem gases de efeito estufa. A matéria cita David Reichmuth, da Union of Concerned Scientists (UCS), que ressalta a camaradagem da CEI com o lobby da indústria petroleira e o histórico negacionista da organização. Ele também lembra que a CEI processou o governo Trump nos EUA por não ter reduzido ainda mais os padrões de eficiência em veículos à combustão.
Em tempo: As principais montadoras do mundo estão aquém dos esforços necessários para se reduzir as emissões de carbono do setor automotivo e, em muitos casos, estão se omitindo inclusive em questões de Direitos Humanos. Segundo a World Benchmarking Alliance (WBA), o setor automotivo como um todo não está alinhado aos objetivos do Acordo de Paris, sendo que as 30 maiores empresas do setor seguem lentas no processo de transição para tecnologias de baixo carbono. Isso se reflete em um interesse ainda limitado das principais empresas dessa indústria com modelos elétricos e híbridos – que seguem representando uma parcela muito pequena da frota automotiva global. O Desmog dá mais detalhes.
ClimaInfo, 23 de novembro 2020.
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