Oposição questiona compra sigilosa de satélite de R$ 175 mi para monitorar Amazônia

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Uma das últimas polêmicas geradas em 2020 em Brasília foi a revelação de que a Força Aérea Brasileira (FAB) assinou um contrato sigiloso de mais de R$ 175 milhões com uma empresa finlandesa para adquirir um satélite sem licitação. A compra foi divulgada no último dia 31 por Rubens Valente, no UOL. Na semana passada, parlamentares de oposição no Congresso Nacional pediram explicações sobre a compra à Aeronáutica.

A operação vinha sendo planejada pelos militares desde meados do ano passado, quando o ministério da defesa reservou R$ 145 milhões para a compra de um satélite nos mesmos moldes daquele adquirido pela FAB no final de dezembro – um satélite-radar, do tipo SAR (radar de abertura sintética), que permitiria a captação de imagens de áreas mesmo sob cobertura de nuvens. À época, a pasta da defesa defendeu que o novo satélite poderia melhorar a capacidade de monitoramento do desmatamento na Amazônia.

Como o próprio Valente lembrou, o INPE chegou a encaminhar uma análise ao ministério de ciência, tecnologia e inovação (MCTIC) em setembro passado que contestou a utilidade desse satélite, já que a tecnologia em questão “não é apropriada para o monitoramento do desmatamento na Amazônia”. Além disso, o INPE informou que o tipo de imagem requerida pelos militares podia ser acessada sem custos pela agência espacial europeia. De maneira vaga, o Comando da FAB defendeu que a aquisição visa “atender às necessidades estratégicas das Forças Armadas e da sociedade brasileira” e “promove a soberania do país no monitoramento satelital por meio de imagens de radar”.

Metrópoles e Poder360 também repercutiram essa notícia.

 

ClimaInfo, 12 de janeiro de 2021.

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