Transição energética está “travada” na África, alertam especialistas

África fontes renováveis

A África deve ser uma das regiões mais desafiadoras para o avanço das fontes renováveis de energia na próxima década. Essa é a conclusão de uma análise feita por pesquisadores da Universidade de Oxford (Reino Unido), que descobriram que apenas 10% dos 2,5 mil empreendimentos energéticos previstos no continente até 2030 são de energia solar ou eólica. De acordo com o estudo, publicado na revista Nature Energy, carvão, petróleo e gás continuarão a dominar a geração elétrica na África até o final desta década, com apenas 9,6% da eletricidade proveniente de fontes renováveis, excluindo a energia hidrelétrica. A maior parte dos novos empreendimentos fósseis conta com financiamento de países desenvolvidos, como EUA, Reino Unido, França, Espanha, Japão, Coreia do Sul, além da China. Esse fluxo de recursos para a geração fóssil vai contra os compromissos recentes desses países com a descarbonização de suas economias até 2050. Para os africanos, isso significa que seus países correm o risco de ficar presos a fontes energéticas com alto teor de carbono por décadas, atrasando significativamente o processo de transição energética no continente.

BBC News e Bloomberg deram mais detalhes sobre a análise.

Em tempo: O Texas, coração da geração fóssil de energia nos EUA, acaba de assistir a um fato histórico: pela 1ª vez, a energia eólica superou o carvão no mix de eletricidade do estado. Segundo o Financial Times, as turbinas eólicas geraram quase 25% da eletricidade no Texas em 2020, à frente do carvão, que respondeu por 18% da energia elétrica no último ano. O Texas tem despontado na vanguarda da geração eólica, com bilhões de dólares em investimentos de capital na última década, que impulsionaram o crescimento do setor e sua representatividade na matriz elétrica do estado.

 

ClimaInfo, 13 de janeiro de 2021.

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