A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) recebeu ontem (19/1) uma denúncia internacional que acusa três das maiores mineradoras do mundo – Anglo American, BHP e Glencore – de cometerem uma série de violações aos Direitos Humanos e crimes ambientais associados à exploração de carvão na mina de Cerrejón, localizada região de La Guajira (Colômbia). A denúncia foi apresentada pela ONG irlandesa Global Legal Action Network (GLAN) e subscrita por entidades sociais colombianas. Além das mineradoras, as entidades apresentaram acusação também contra duas empresas envolvidas com a exploração do carvão de La Guajira: as irlandesas Electricity Supply Board (ESB) e Coal Marketing Company (CMC).
De acordo com a denúncia, a atividade mineradora em La Guajira representa uma ameaça existencial às comunidades indígenas e quilombolas da região e desrespeita as diretrizes básicas da OCDE. “A partir de várias investigações e decisões judiciais, ficou demonstrada a violação sistemática de direitos: mais de 25 comunidades foram deslocadas, confinadas ou desapropriadas de suas terras ancestrais; mais de 17 afluentes do rio Ranchería foram contaminados e desviados; além de abusos de poder por parte das empresas contra os cidadãos”, relatou Jenny Paola Ortiz, da ONG colombiana CINEP. As entidades pedem que as empresas assumam suas responsabilidades e compensem os danos causados às populações locais, bem como a restauração ambiental das áreas afetadas.
As acusações foram repercutidas pelo jornal The Independent e pelo canal ABC News Australia.
Em tempo: A União Democrata Cristã (CDU) da Alemanha escolheu Armin Laschet para substituir Angela Merkel na liderança do partido para as próximas eleições gerais, previstas para setembro. Laschet é premiê do estado da Renânia do Norte-Vestfália, o maior do país e tradicional centro de mineração alemão. Como o Climate Home destacou, o novo líder da CDU é um entusiasta do hidrogênio como solução para a transição energética, mas tem um histórico problemático de apoio ao carvão, o que desperta desconfiança entre ambientalistas e ativistas climáticos alemães.
ClimaInfo, 20 de janeiro de 2021.
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