Japão usa recursos de fundo ambiental para financiar usina de carvão no Vietnã

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O Banco Japonês para Cooperação Internacional (JBIC) está usando recursos de um fundo teoricamente específico para atividades verdes para financiar a construção de uma usina termelétrica a carvão no Vietnã. De acordo com o Climate Home, a instituição destinou cerca de US$ 636 milhões através de seu Growth Investment Facility para o projeto Vung Ang 2. A matéria destacou também que, até pouco tempo atrás, projetos energéticos a gás e carvão eram considerados “elegíveis” para esse fundo de financiamento ambiental, apesar do fato de que a queima de combustíveis fósseis é o principal motor do aquecimento global.

Em construção desde 2018, Vung Ang 2 pretende gerar até 1,2 mil MW de energia elétrica. No entanto, desde antes do começo das obras, moradores do entorno do empreendimento protestaram contra a instalação da nova planta. Dados do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo citados pela matéria indicam que essa usina emitirá mais dióxido de enxofre, óxido de nitrogênio e partículas finas do que seria permitido se ela estivesse em território japonês. O financiamento a projetos fósseis é um calcanhar de Aquiles da política climática de países como Japão e Coreia do Sul: ao mesmo tempo em que reforçam compromissos domésticos, eles insistem no financiamento de atividades com alto impacto em termos de emissões de carbono em nações em desenvolvimento na Ásia.

Em tempo: Enquanto isso, o setor carvoeiro na Austrália segue contando o prejuízo causado pela escalada das tensões geopolíticas com a China. Segundo o Financial Times, a mineradora BHP reduziu o valor de seus ativos de carvão térmico australiano em até US$ 1,25 bilhão e pretende se desfazer deles nos próximos meses. A decisão, de acordo com a empresa, se deve às condições adversas do mercado de carvão térmico na Austrália e no mundo. Os preços globais do carvão desabaram no último ano, prejudicados pelo desaquecimento econômico causado pela pandemia e pela maior competitividade de fontes renováveis como eólica e solar.

 

ClimaInfo, 22 de janeiro de 2021.

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