A Bloomberg revelou que a petroleira Saudi Aramco, a maior do mundo, omitiu informações importantes sobre os impactos de seus negócios em termos de emissões de carbono, contrariando um compromisso firmado pouco antes da empresa fazer a maior oferta inicial de ações (IPO) do mundo, no final de 2019.
Durante a preparação de sua IPO, executivos da Aramco enfatizaram que a perfuração de petróleo na Arábia Saudita geraria menos emissões de gases de efeito estufa do que outros produtores, já que o processo contaria com “padrões eficientes” de exploração. No entanto, um pedaço significativo dessas emissões, relativo às refinarias e plantas petroquímicas, foi excluído da conta apresentada aos investidores. A adição dessas emissões elevaria em 55 milhões de toneladas métricas de CO2 o total de emissões da companhia, um volume equivalente às emissões anuais de Portugal. Essa exclusão foi juridicamente possível por conta da natureza da propriedade de muitos desses ativos – em nome de joint ventures ou de filiais no exterior.
A contabilidade seletiva da Saudi Aramco enfraquece a imagem da petroleira no que diz respeito à transparência de suas decisões e negócios, o que pode espantar investidores preocupados com riscos climáticos em suas carteiras de aplicações. A Reuters também tratou dessa notícia.
ClimaInfo, 22 de janeiro de 2021.
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