“Espiral da morte”: desmatamento subiu mais de 20% na Amazônia sul-americana em 2020

Amazônia espiral da morte

A intensificação do desmatamento na Amazônia ameaça acelerar o processo de degradação ambiental na maior floresta tropical do mundo, que se aproxima de um perigoso “ponto de inflexão”. Segundo análise da organização Amazon Conservation, cerca de 21 mil km2 de floresta virgem foram derrubadas ou queimadas em 2020 nos nove países da Amazônia – uma área equivalente à do estado de Sergipe. Na comparação com 2019, houve um aumento do desmatamento de mais de 20%. “Esses números são simplesmente alucinantes”, disse Matt Finer, que lidera o projeto de monitoramento da Amazon Conservation, à Reuters.

Parte desse aumento substancial deveu-se às queimadas na Bolívia, que chegou a instaurar estado de emergência em outubro passado por causa do fogo. No entanto, em termos absolutos, o Brasil seguiu imbatível, concentrando 61% das áreas degradadas da Amazônia sul-americana no ano passado. Ouvido pela reportagem, o cientista brasileiro Carlos Nobre não economizou contundência: nesse ritmo, a Amazônia entrará em uma “espiral da morte”, à medida que a destruição avança e a terra fica mais seca. Para salvar a floresta, “é obrigatório chegar ao desmatamento zero em toda a Amazônia em menos de cinco anos”, disse Nobre.

Em tempo: No Fórum Econômico Mundial, o vice-presidente Mourão afirmou que o ministério da economia está trabalhando em um pacote de medidas para atrair investimentos para bioeconomia na região amazônica, que ele chamou de “New Green Amazon Project”. Como destacado pelo Valor, ele não deu detalhes sobre a iniciativa. Ao mesmo tempo, Mourão confirmou à CNN Brasil que a Operação Verde Brasil 2, em andamento desde maio para combater o desmatamento e as queimadas na Amazônia, deve mesmo ser encerrada no final de abril. O motivo é a falta de recursos financeiros adicionais para financiamento das ações militares na região.

 

ClimaInfo, 29 de janeiro de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

x (x)