Com aliados no comando do Congresso, “boiada” de Bolsonaro e Salles pode atropelar pauta ambiental

boiada Salles Bolsonaro

Alimentada por milhões de reais em emendas, ao melhor estilo “toma-lá-dá-cá”, a aliança entre Bolsonaro e o Centrão chegou ao seu auge na 2ª feira (1º/2) com a vitória de dois aliados políticos do governo federal para o comando da Câmara e do Senado. O resultado da disputa política no Congresso desperta preocupações sobre o futuro da política ambiental brasileira, na mira do Planalto e da bancada ruralista.

No Direto da Ciência, Maurício Tuffani destacou a análise de Marcio Astrini (Observatório do Clima) sobre o risco de o governo Bolsonaro, agora com apoio do Congresso, passar mais boiadas sobre o meio ambiente. Astrini elencou alguns tópicos que podem ganhar força nos próximos meses, em especial a flexibilização do licenciamento ambiental, a liberação da mineração em Terras Indígenas, a facilitação da regularização fundiária de terras griladas e a imposição de restrições legais às atividades de organizações ambientalistas e de Direitos Humanos no país. “Caso Lira tenha como uma de suas prioridades a agenda antiambiental costurada entre ruralistas e Bolsonaro, veremos no Congresso uma enxurrada histórica de tentativas de aprovação de retrocessos ambientais”, escreveu Astrini no El País. “Nesse cenário, o inferno é o limite”.

Os ruralistas não escondem o entusiasmo com a nova situação política. Para o novo líder da Frente Parlamentar Agropecuária, o deputado Sérgio Souza (PR), o cenário nunca foi tão “promissor” para que o Congresso avance com pautas antiambientais. André Borges noticiou a reação no Estadão.

 

ClimaInfo, 3 de fevereiro de 2021.

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