O Carrefour do Brasil fechou acordo com o ministério do meio ambiente para participar do programa Adote Um Parque, uma das prioridades da gestão de Ricardo Salles na pasta. O Estadão apurou tratar-se da Reserva Extrativista do Lago do Cuniã, em Rondônia, com 75,8 mil hectares. O acordo deve ser formalizado hoje (9/2), junto com a assinatura do decreto de criação do programa pelo Palácio do Planalto.
A iniciativa pretende “facilitar” o trabalho de conservação de áreas na Amazônia, oferecendo a companhias nacionais e estrangeiras a possibilidade de “patrocinar” uma Unidade de Conservação ao custo de 50 reais por hectare (ou 10 euros por hectare no caso de empresas internacionais). Cerca de 63 milhões de hectares (15% da área de floresta) na Amazônia estão disponíveis para “patrocínio”.
Segundo a Bloomberg, a subsidiária da gigante francesa no país deve investir R$ 4 milhões por ano e, junto com outras cinco empresas que deverão aderir ao programa nos próximos dias, o governo deverá receber R$ 14 milhões anuais para a proteção dessas áreas. O Valor traduziu a matéria da Bloomberg.
O programa foi anunciado em meados de 2020 como resposta frouxa do governo Bolsonaro à escalada das críticas internacionais pelo aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia. A resposta é frouxa porque pequena e contraditória às ações do governo. Por exemplo, nos últimos anos o orçamento governamental para conservação ambiental vem passando por cortes substanciais: um levantamento recente revelou que essas atividades deverão receber cerca de R$ 348 milhões em 2021, com média de R$ 4,42 por hectare de área terrestre. Com a adesão ao programa Adote Um Parque, o Carrefour pode estar se envolvendo em um novo problema de imagem, já que estará contribuindo para o greenwash do governo brasileiro.
ClimaInfo, 9 de fevereiro de 2021.
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