FMI e Banco Mundial estudam possibilidade de trocar dívida externa de países pobres por financiamento climático

FMI Banco Mundial

Em entrevista à Reuters, o presidente do Banco Mundial, David Malpass, confirmou que a instituição está estudando, junto com o Fundo Monetário Internacional (FMI), maneiras para incluir a mudança climática nas negociações sobre a redução do peso da dívida externa de alguns países pobres. A ideia, segundo Malpass, é oferecer a possibilidade de reestruturação dessas dívidas para facilitar o financiamento de ações de mitigação e adaptação em nações mais pobres. “Há maneiras de juntar (…) a necessidade de redução da dívida com a necessidade de ação climática por parte dos países”, disse o chefe do Banco Mundial.

A inclusão do clima no processo de reestruturação da dívida desses países poderia ajudar a motivar os credores soberanos e até mesmo os privados a cancelar uma parte da dívida dessas nações mais pobres em troca de iniciativas para redução de emissões de carbono, adaptação de comunidades aos efeitos da mudança do clima e viabilização dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU para 2030. “Os países mais pobres não estão emitindo muito em termos de gases de efeito estufa, mas estão arcando com o impacto do resto do mundo”, acrescentou Malpass.

Na mesma linha, uma pesquisa recente do FMI descobriu que a vulnerabilidade ou a resiliência de um país à mudança do clima pode ter um efeito direto sobre sua capacidade de crédito, os custos de seus empréstimos, e, em última instância, a probabilidade de calote de sua dívida soberana. A pesquisa é a primeira a relacionar a vulnerabilidade a riscos climáticos de um país com o risco de inadimplência de sua dívida soberana.

 

ClimaInfo, 22 de fevereiro de 2021.

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