O tempo em que ativistas climáticos se limitavam a protestos na frente de empresas e bancos já passou. Agora, muitos deles ganharam espaço entre os acionistas de diversas companhias ao redor do mundo e estão aproveitando sua condição de investidor para pressioná-las pelo lado de dentro por mudanças em seus negócios e por mais compromissos com ação climática. Isso tem se refletido no número de resoluções votadas pelas assembleias de acionistas nos últimos anos: segundo a Reuters, somente nos EUA, esses “ativistas-acionistas” entraram com 79 resoluções relacionadas ao clima em 2021 até agora, muito acima das 72 registradas em todo o ano passado e as 67 em 2019. Os tópicos apresentados por eles incluem metas de redução de emissões, compromisso de neutralidade líquida das emissões até 2050, contabilidade e relato da pegada de carbono, e análises sobre riscos climáticos relacionados aos negócios dessas empresas.
Já a Bloomberg destacou a pressão que gestores de megafundos de investimentos estão sofrendo de seus clientes para descarbonizar seus portfólios de ativos. Até mesmo o principal financiador da indústria fóssil global, o banco norte-americano JPMorgan, também está sendo obrigado a reagir para limpar seus negócios e alinhá-los com os objetivos do Acordo de Paris.
Em tempo: Os bancos HSBC e Barclays foram questionados na Justiça por um grupo ativista em razão de sua vinculação com o financiamento a um polêmico projeto de usina termelétrica a carvão no Vietnã. Segundo a Reuters, as duas instituições estariam relacionadas à emissão de um título de US$ 350 milhões pelo Banco do Japão para Cooperação Internacional (JBIC) no começo de fevereiro, em benefício da construção da usina Vung Ang 2. A reclamação destaca que tanto o HSBC quanto o Barclays anunciaram compromissos recentes para restringir o financiamento a projetos relacionados à energia fóssil.
ClimaInfo, 25 de fevereiro de 2021.
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