Dados do sistema DETER (INPE) apontaram para uma redução do desmatamento da Amazônia em fevereiro passado – 122,8 km2, cerca de 30% menor que o registrado no mesmo mês em 2020 e 10% menor que a média dos últimos cinco anos para esse mês. No entanto, como a Exame destacou, o ritmo de desmate aumentou 40% entre janeiro e fevereiro de 2021, o que desperta preocupação sobre uma nova escalada da destruição ambiental nos próximos meses na Amazônia.
Já o Sistema de Alerta ao Desmatamento (SAD), operado pela ONG Imazon, identificou 179 km2 de novas áreas desmatadas na região em fevereiro, o 2º maior valor da série histórica dos últimos dez anos para o mesmo mês, atrás apenas de fevereiro de 2018. Na comparação com fevereiro de 2020, o SAD registrou aumento de 74%.
Alheio a esses sinais, o governo Bolsonaro segue tentando vender ao exterior a imagem de que está lutando contra o desmatamento ilegal na Amazônia. Em reunião virtual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), tanto o presidente quanto o ministro Paulo Guedes destacaram a redução no ritmo do desmate nos últimos seis meses e comemoraram o lançamento do satélite Amazônia-1, no mês passado. Mais animado, Guedes disparou uma de suas tradicionais afirmações contundentes que não têm fundamentação na realidade: “Queremos extirpar a mineração ilegal, o desflorestamento e desmatamento ilegais”. Considerando que tudo isso disparou desde que ambos assumiram o governo, essa declaração é, no mínimo, curiosa. O Globo, Metrópoles, Poder360, UOL e Valor destacaram as falas de Bolsonaro e Guedes.
O evento marcou o lançamento de um novo fundo do BID para promoção do desenvolvimento sustentável nos países amazônicos. A iniciativa, que terá US$ 20 milhões de capital inicial do Banco, será executada em colaboração com a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) em quatro áreas temáticas: bioeconomia; manejo sustentável da agricultura, pecuária e florestas; capital humano; e cidades e infraestrutura sustentáveis.
ClimaInfo, 19 de março de 2021.
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