Para a indústria pesada, o hidrogênio é a única saída

hidrogênio verde

O quarto e último artigo da série sobre hidrogênio do Financial Times explica o porquê do hidrogênio verde ser a única saída climaticamente possível para o setor siderúrgico. O setor responde por quase 5% das emissões globais de gases de efeito estufa. Hoje, o carvão mineral garante a energia para manter as temperaturas elevadas dos altos-fornos e fornecer o carbono para a produção de aço. O hidrogênio parece ser o único caminho para fornecer a energia. E ele precisa ser verde – produzido a partir de fontes renováveis como plantas eólicas e fotovoltaicas. Outras rotas de produção de hidrogênio liberam quantidades industriais de CO2 de origem fóssil e, portanto, seguiriam contribuindo com o aumento do aquecimento global. Julio Friedemann, da Columbia University, explica que “o hidrogênio traz vários problemas, como os volumes enormes que precisaremos, mas isso não importa: não há outra saída (it is a must have)”.

Em tempo: A BP anunciou planos para a maior planta de hidrogênio do Reino Unido. O problema é que o gás será produzido por meio da reforma de gás natural (metano) liberando cerca de uma molécula de CO2 para cada 2 moléculas de hidrogênio. Isso é menos ruim do que queimar o gás, mas muito pior do que se produzir hidrogênio a partir de fontes renováveis. Pelo jeito a BP e suas irmãs petroleiras são como os leopardos do profeta Jeremias – não mudam suas pintas. A Reuters e a Bloomberg deram a notícia.

 

ClimaInfo, 22 de março de 2021.

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