Indústria poluidora usa patrocínio esportivo para fazer greenwashing

greenwashing esportes

Na busca por formas para “limpar” sua imagem em termos ambientais e climáticos, diversas companhias fósseis estão injetando centenas de milhões de dólares em patrocínios esportivos mundo afora. Um levantamento feito pelo think tank New Weather Institute identificou mais de 250 acordos de publicidade e patrocínio entre alguns dos maiores poluidores corporativos e equipes e organizações esportivas de alto nível em 13 modalidades diferentes. O futebol é o esporte mais beneficiado, com 57 contratos com setores como petróleo e gás, automobilístico, siderúrgico e da aviação civil, entre outros.

“O esporte está na linha de frente da emergência climática, mas flutua em um mar de contratos de patrocínio com os principais poluidores”, observou Andrew Simms, um dos coautores do relatório. “Isso agrava a crise climática ao normalizar estilos de vida poluentes e com alto teor de carbono, e ao reduzir a pressão por mais ação contra a mudança do clima”. O setor poluente com mais acordos de patrocínio esportivo é o automobilístico, responsável por 199 contratos atualmente vigentes. A japonesa Toyota é a empresa poluente com mais contratos de patrocínio esportivo (31), seguida pela companhia aérea Emirates (29). BBC e Guardian repercutiram esse relatório.

Em tempo: As maiores empresas emissoras de carbono no mundo ainda estão longe de se alinhar com os objetivos do Acordo de Paris. Essa é a conclusão de um levantamento feito pela coalizão Climate Action 100+, que reúne grandes investidores internacionais em prol da ação climática, com ativos que somam mais de 50 trilhões de dólares. De acordo com a análise, os compromissos e iniciativas climáticas de gigantes da indústria do petróleo – que, juntas, seriam o 3º país com mais emissões de carbono do mundo, atrás apenas de EUA e China – ainda decepcionam e estão aquém do necessário para permitir a neutralidade líquida das emissões globais até 2050 e a contenção do aquecimento global em, no máximo, 2°C neste século. Nenhuma delas apresentou objetivos que viabilizem a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris, que é limitar o aumento de temperatura em 1,5°C. Financial Times e Reuters repercutiram essa notícia.

 

ClimaInfo, 23 de março de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

x (x)