Em baixa no resto do mundo, geração elétrica a carvão cresceu na China em 2020 

geração elétrica carvão

A geração elétrica a carvão sofreu uma queda recorde em 2020 em todo o mundo, segundo levantamento publicado nesta 2ª feira (30/1) pelo think tank Ember. No ano passado, a geração a carvão caiu cerca de 346 terawatts/hora (TWh), 4% a menos que em 2019. O carvão registrou recuos significativos em mercados como os EUA e União Europeia, com queda de 20% em ambos, e até na Índia (-5%). No entanto, o consumo de carvão no maior mercado nacional para esse combustível, a China, aumentou 2% em 2020, impulsionado pela flexibilização de regras para operação e construção de usinas termelétricas no país após a pandemia. Sozinha, a China foi responsável por mais da metade do total de energia a carvão do mundo: 53%, um salto de nove pontos percentuais.

Parte importante dessa queda no cenário global foi motivada pela expansão da geração elétrica por fontes renováveis, como solar e eólica: no ano passado, elas cresceram 314 TWh, quase o mesmo volume de energia que deixou de ser gerada pela queima de carvão nesse período. Isso significa que as fontes eólica e solar produziram quase um décimo (9,4%) da eletricidade mundial em 2020, dobrando de 4,6% em 2015. Ainda assim, segundo o levantamento, as emissões de carbono da geração de eletricidade no ano passado foram mais altas do que há cinco anos, quando o Acordo de Paris foi assinado: nesse período, a demanda por eletricidade aumentou 11% (2.536 TWh), mas o aumento da geração limpa (2.107 TWh) não acompanhou. Isso levou a um aumento na geração fóssil geral: a eletricidade a gás cresceu 11% (562 TWh) e o carvão caiu apenas 0,8% (71 TWh). Como resultado, as emissões de CO2 do setor elétrico foram cerca de 2% mais altas em 2020 do que em 2015.

Fortune, Independent e Reuters repercutiram esses dados.

 

ClimaInfo, 30 de março de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

x (x)