Índia resiste às pressões para definir compromisso de neutralidade de emissões de carbono até 2050

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Dentre as principais economias do planeta, a Índia vem sendo uma das poucas que ainda resistem em definir uma meta para neutralizar suas emissões de carbono até meados deste século. O governo de Narendra Modi ignora essa demanda e, considerando declarações recentes de representantes de Nova Déli, a possibilidade de que o país ceda às pressões internacionais nesse sentido é pequena. O principal obstáculo para uma neutralidade do carbono na Índia está na demanda crescente por energia: segundo a Reuters, o consumo indiano deve registrar o maior crescimento global nas próximas décadas, e um pedaço importante dessa demanda deve ser atendido pela queima de carvão.

Em encontro realizado pela Agência Internacional de Energia (IEA) nesta 4ª feira (31/3), o ministro indiano de energia, Raj Kumar Singh, minimizou a importância dos compromissos de neutralidade do carbono anunciados recentemente por países como Reino Unido, França, Alemanha e China, sugerindo que essas metas são irrelevantes se não houver ações efetivas no curto prazo. Curiosamente, a Índia não tem sinalizado para um aumento de sua ambição climática sob o Acordo de Paris para os próximos anos: por ora, o país está disposto apenas a manter o que já estava em sua primeira NDC em termos de redução de emissões (corte de 33-35% em relação aos níveis de 2005 até 2030). Obviamente, o comentário do ministro não foi bem recebido por ativistas climáticos e ambientalistas dentro e fora da Índia, como o Climate Home bem destacou.

 

ClimaInfo, de abril de 2021.

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