O impulso que Joe Biden está dando para a adoção de fontes renováveis de energia animou algumas das maiores traders de commodities agrícolas do mundo, que esperam por um aumento expressivo na demanda para produção de diesel verde nos EUA. A Bloomberg destacou os investimentos recentes da Cargill, que gastou quase meio bilhão de dólares na ampliação de sua capacidade de processamento de soja no país. Outras concorrentes do setor, como ADM e Bunge, também estão no mesmo caminho, aumentando a capacidade de operação e criando canais especiais de negociação para facilitar os negócios para as usinas de biocombustível nos EUA. Esse movimento se refletiu nos contratos futuros de óleo de soja, que tiveram uma alta de quase 25% neste ano. O Valor publicou uma tradução da reportagem.
Enquanto isso, a Índia anunciou um aumento na mistura de etanol na gasolina para 20%, além da autorização para venda de etanol puro nos postos de combustível. Quem se animou com o anúncio foram os produtores brasileiros de etanol: o diretor-executivo da Única, Eduardo Leão de Sousa, comemorou no Click Petróleo e Gás a decisão do governo indiano e destacou como isso pode favorecer o etanol brasileiro nos médio e longo prazos.
Os produtores brasileiros de commodities agrícolas também esperam por uma nova temporada de alta nos preços internacionais para seus produtos, aquecidos especialmente pela retomada da atividade econômica na China e em outros grandes mercados pós-pandemia. No entanto, como destacou Olívia Bulla no Valor, o novo boom de commodities terá características diferentes daquele observado no final dos anos 2000 e começo dos 2010, com a questão ambiental e climática no centro das atenções de atores políticos e econômicos no mercado chinês.
ClimaInfo, 5 de abril de 2021.
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