Projeções feitas por meteorologistas da Universidade do Estado do Colorado (EUA) indicam que o Atlântico experimentará mais uma temporada intensa de tempestades tropicais e furacões em 2021. De acordo com os cientistas, ao menos 17 tempestades deverão acontecer neste ano, sendo oito com potencial de se tornarem furacões e quatro poderão formar grandes sistemas com ventos de, ao menos, 179 km/h.
No ano passado, as projeções indicavam uma temporada parecida, com 16 tempestades: no entanto, o que se viu foi a temporada mais intensa já registrada, com um recorde de 30 tempestades nomeadas e 13 furacões. Segundo a análise, a temperatura da superfície do oceano Atlântico segue ligeiramente mais alta do que o normal, o que facilita o surgimento de tempestades tropicais. Ao mesmo tempo, o enfraquecimento do fenômeno La Niña no Pacífico está reduzindo o cisalhamento do vento no Atlântico, criando mais condições para a formação de sistemas na região do Caribe, Golfo do México e na costa leste dos EUA. Bloomberg e Independent destacaram os dados.
Por falar em tempestades tropicais, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA mudou a referência temporal que servia para definir o número médio de tempestades por temporada. Até o ano passado, o período utilizado como referência era 1981-2010; a partir de agora, passará a ser 1991-2020. Com isso, a média anual de tempestades por temporada passa de 12 para 14, com sete furacões e três furacões de grande porte. A Reuters abordou essa decisão.
Em tempo: A passagem do ciclone Seroja mostrou a falta de preparo da Indonésia para eventos climáticos extremos, destacaram Climate Home e Reuters. Na semana passada, o Seroja causou a morte de mais de 160 pessoas, atingidas por enchentes-relâmpago e deslizamento de terra. A principal crítica está na falta de sistemas de alertas que pudessem antecipar o risco de desastre para os moradores. Para piorar, a flexibilização de regras ambientais, aprovada no ano passado pelo governo indonésio, cria condições para que situações como essa se tornem ainda mais frequentes, junto com as tempestades – já que, com o avanço potencial do desmatamento, novas áreas ficarão vulneráveis a deslizamentos de terra.
ClimaInfo, 12 de abril de 2021.
Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.
