Reduzir emissões de metano é mais barato e muito importante

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A concentração de metano na atmosfera aumentou 6% neste século. A de dióxido de carbono, o dobro disso. Só que o metano tem um impacto no curto prazo no aquecimento global quase 30 vezes maior que o CO2. Estima-se que reduzir as emissões de metano à metade, evitaria um aumento de quase 0,2°C, um passo enorme para se atingir as metas de Paris. Enquanto que reduzir as emissões de CO2 tem um impacto social e econômico alto, pois significa parar de queimar combustíveis fósseis, parte importante das emissões antrópicas de metano é simples vazamento do sistema de exploração, transporte e processamento de gás natural e petróleo.

Segundo um artigo na Economist, uma rolha nesse vazamento traria um benefício palpável ao clima. Outra fonte importante é o arroto do rebanho bovino mundial. Uma dieta com menos carne vermelha também ajudaria bastante.

As emissões de metano chamam cada vez mais a atenção porque não param de crescer. O relatório anual da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA) sobre o CO2 e metano, diz que a concentração de metano deu o maior salto da história no ano passado. Isso apesar da parada pandêmica da economia global e da crise do petróleo que fez despencar os preços do barril. O que preocupa cientistas é que os processos naturais de degradação do metano na atmosfera podem estar se ralentando com o aumento da temperatura. Vale ver as matérias do Financial Times e da EcoWatch.

Metade do total das emissões de metano – incluindo as naturais e as produzidas pelo ser humano – vem de ecossistemas aquáticos, como manguezais. Um trabalho que acaba de sair na Nature Geoscience revela a preocupação de que essas emissões devem aumentar junto com a  eutrofização (cada vez mais matéria orgânica dissolvida nos corpos d’água) dinamizada por temperaturas mais quentes e ambientes mais úmidos. A Sciencedaily tem um resumo do trabalho.

Ainda sobre o metano, análises de satélite mostraram que há uma enorme concentração de metano sobre Daca, capital de Bangladesh. Doze das maiores fontes de emissão do mundo nos últimos meses vêm dessa região. Segundo a Bloomberg Green, as fotos indicam que a origem dessas emissões parece estar vindo de duas fontes importantes: as plantações de arroz e as imensas áreas de lixões.

 

ClimaInfo, 12 de abril de 2021.

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