Investidores e executivos cobram Biden por redução maior de emissões

Biden investidores

Na semana que vem acontece a cúpula climática convocada pelo presidente Biden logo na primeira semana de seu mandato. Nos últimos dias, Biden anunciou seu plano trilionário de recuperação da economia, com uma parcela importante de ações climáticas. A pressão, agora, é pela NDC americana, o anúncio de metas climáticas a serem atingidas nesta década. Ontem, um grupo de 310 executivos das maiores corporações americanas, incluindo Google, McDonald’s e Walmart, enviaram uma carta pedindo que Biden comprometa o país a chegar em 2030 emitindo metade do que emitiu em 2005. Esquecendo o período Trump, o último compromisso climático foi assumido por Obama e dizia chegar em 2025 emitindo em torno de 25% menos do que a referência de 2005. O pedido de ontem é bem mais agressivo e implica em acelerar o processo de abandonar os combustíveis fósseis e limpar a matriz energética. “Uma meta ousada para 2030 é necessária para catalisar um futuro sem emissões, estimular uma recuperação econômica robusta, criar milhões de empregos bem pagos e permitir que os EUA ‘reconstruam melhor’ a partir da pandemia”. A declaração dos empresários, membros da Coalizão We Mean Business, foi notícia na Reuters, AP e no New York Times.

Em outra carta dirigida a Biden, esta vindo da Europa, dirigentes políticos, empresários e líderes sindicais, além de pedirem a mesma meta, advogam uma aliança transatlântica para conduzir a transição para uma economia net-zero até o meio do século. A notícia saiu na AP.

Em tempo, o emissário climático de Biden, John Kerry, está a caminho da China. Pensando na cúpula da semana que vem, Kerry foi à Índia e, agora à China e à Coreia do Sul, pregando a necessidade desses países anunciarem metas mais ambiciosas e os caminhos para alcançá-las. Ao mesmo tempo, Kerry precisa enfrentar outra crise climática – a das próprias relações com a China, tensionadas desde o governo Trump e, até o momento, persistindo nesses primeiros meses de Biden. A Reuters, o Wall Street Journal e o South China Morning Post comentaram a viagem.

A Bloomberg adiciona uma pitadinha de tensão comentando a avaliação anual das agências de inteligência americana. Eles apontam para uma série de ameaças vindas da China e da Rússia com as disrupções das economias provocadas pela pandemia. “Os efeitos da pandemia da COVID-19 continuarão a pressionar governos e sociedades, alimentando crises humanitárias e econômicas, agitação política e competição geopolítica à medida que países, como China e Rússia, buscam vantagens através de avenidas como a ‘diplomacia da vacina’”. A crise climática e como os países a estão enfrentando também fazem parte do relatório de ameaças.

 

ClimaInfo, 14 de abril de 2021.

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