China precisa fechar 600 térmicas a carvão para atingir sua meta climática

China termelétricas a carvão

Em setembro passado, o presidente chinês Xi Jinping anunciou que o país seria carbono neutro até 2060. Pela análise da Transition Zero, ela precisaria substituir a capacidade de 365 GW das 600 térmicas a carvão por geração eólica e solar. Como comparação, a capacidade instalada do Brasil é de 175 GW (potência fiscalizada), menos da metade da eletricidade à carvão chinesa. O subtítulo do relatório, Turning the Supertanker, pode ser lido como “dando um cavalo de pau no superpetroleiro”. No ano passado, como parte do esforço de recuperar a economia, os chineses começaram a construir quase 40 GW de novas térmicas a carvão que se somam a outras tantas que já vinham sendo instaladas. Matthew Gray, da Transition, acha que “se a China falhar no carvão, o resto do mundo falhará em conter a perigosa mudança climática. Mas, agora, as estrelas estão muito mais alinhadas em quebrar o vício da China no carvão.” Gray acrescenta que as fontes renováveis são mais emprego-intensivas do que o carvão, recado para os que se preocupam com uma transição justa. O The Guardian comentou. A Reuters contou que, ontem, pela terceira vez este ano, os céus de Beijing amarelaram quando a cidade sofreu uma tempestade de areia e poeira vinda da Mongólia.

Esta semana, o Conselho de Estado chinês aprovou a construção de 5 usinas nucleares. Segundo a Reuters, na esteira do desastre de Fukushima, o país suspendeu o plano de acrescentar 58 GW de nucleares. O insuspeito Órgão de Regulação Nuclear disse que não há como atingir a meta climática sem mais nucleares.

 

ClimaInfo, 16 de abril de 2021.

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