O plano “banguela” de Mourão para reduzir o desmatamento na Amazônia

15 de abril de 2021

Depois de mais de um ano à frente do Conselho da Amazônia, o vice-presidente Mourão finalmente oficializou a meta do governo Bolsonaro para o combate ao desmatamento amazônico. Segundo o Plano Amazônia 2021/2022, publicado no Diário Oficial da União nesta 4ª feira (14/4), o Palácio do Planalto pretende reduzir o desmatamento até o final de 2022 aos níveis da média registrada entre 2016 e 2020 – cerca de 8,7 mil km2.

No entanto, como o diabo mora nos detalhes, a meta esconde uma informação que explicita o descaso da atual administração com a questão ambiental. No Twitter, o Observatório do Clima fez as contas: quando Bolsonaro assumiu, a média anual do desmatamento era de 7,5 mil km2. Para o período 2016/2020, definido pelo Plano apresentado por Mourão, esse índice foi de 8,7 mil km2. Assim, o nível pretendido pelo governo Bolsonaro para o final deste mandato é “apenas” 16% maior do que os índices registrados antes da chegada da dupla ao comando do Brasil, em janeiro de 2019. “Na prática, o governo está prometendo que vai encerrar sua gestão sem ter sido capaz de reduzir a taxa de desmatamento na Amazônia”, conclui a jornalista Giovana Girardi. O G1 também destacou a falta de ambição do governo federal no combate ao desmatamento.

Resta saber se o plano mambembe vai convencer alguém. Os sinais não são animadores para Brasília: o ministro do meio ambiente da Noruega, Sveinung Rotevatn, deixou claro que o país não pretende retomar as doações para o Fundo Amazônia enquanto o Brasil não oferecer resultados concretos em termos de combate ao desmatamento. “As condições para a reabertura e a disponibilização destes fundos é a diminuição substancial do desmatamento e um acordo sobre a estrutura de governança do Fundo Amazônia”, disse à Reuters, citado também pela Deutsche Welle.

Além disso, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) recomendou ao governo brasileiro que coloque o fim do desmatamento como uma das “novas prioridades” do país dentro das reformas necessárias para viabilizar sua entrada na entidade. Além do combate à derrubada da floresta, a OCDE também orientou o Brasil a avançar com medidas para diminuir a exposição dos brasileiros a níveis nocivos de poluição do ar. El País Brasil e Valor deram mais detalhes sobre as recomendações da entidade.

 

ClimaInfo, 15 de abril de 2021.

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