Frota de elétricos pode chegar a 230 milhões de veículos em 2030, prevê a IEA

frota elétrica

O impulso recente de governos e montadoras para a expansão do mercado de veículos elétricos mundo afora pode antecipar uma modernização histórica na indústria automobilística ao longo desta década. Segundo análise da Agência Internacional de Energia (IEA), divulgada na semana passada, a frota de veículos elétricos deve aumentar das atuais 11 milhões de unidades para 145 milhões em 2030. Isto provocaria uma redução na demanda de mais de dois milhões de barris de petróleo por dia, o que evitaria a emissão de 120 milhões de toneladas de CO2 equivalente. Se os governos realmente se comprometerem em facilitar a adoção dessa tecnologia, o movimento pode ser ainda mais contundente: o mundo poderá ter mais de 230 milhões de veículos elétricos circulando nas ruas no final desta década, reduzindo assim o consumo diário de petróleo em cerca de 3,5 milhões de barris.

Em 2020, as vendas globais de veículos elétricos aumentaram 41% (mais de três milhões de veículos), apesar da queda mundial nas vendas de veículos em geral de 6%, causada pela pandemia. Segundo a IEA, a Europa superou pela 1a vez a China como maior mercado de carros elétricos do mundo. Para 2021, a expectativa é de que as vendas de modelos elétricos sigam crescendo em ritmo rápido; apenas nos primeiros três meses do ano, elas cresceram 140% em comparação com o mesmo período no ano passado. O Guardian deu mais detalhes.

Enquanto as vendas de elétricos crescem, a infraestrutura necessária para manter esses carros circulando ainda tropeça. Para a maior parte das empresas de recarregamento, a realidade ainda é de gastos substanciais e de retorno insuficiente, destacou a Bloomberg. Hoje, a maioria dos motoristas que dirigem veículos elétricos optam por carregá-los em casa, em detrimento dos pontos públicos de recarga. Ao mesmo tempo, a expansão desses pontos é vista como crucial para a popularização dos carros elétricos. Isso impõe um dilema para as empresas do setor: investir agora para ter retorno apenas no longo prazo ou esperar pela expansão da frota de elétricos, ao custo disso acontecer mais tarde?

 

ClimaInfo, 03 de maio de 2021.

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