Passado o choque global da pandemia, empresas e investidores enxergam sinais de que o mundo viverá mais um superciclo econômico nos próximos anos, impulsionado pelos pacotes de recuperação pós-COVID e pela “fome” de commodities do mercado chinês. O Financial Times mediu a temperatura dos mercados globais de minério de ferro, cobre e madeira, além de grãos como soja e milho: os preços internacionais desses produtos atingiram níveis recordes nas últimas semanas, e as perspectivas futuras continuam favoráveis.
Em termos climáticos, esse movimento nos coloca duas considerações. Por um lado, parte dessa demanda vitaminada acontece na cadeia produtiva dos carros elétricos, com as montadoras correndo atrás de matérias-primas importantes (e escassas) para a produção desses veículos, como lítio e terras-raras. Com o interesse de empresas e governos na expansão da eletrificação da frota automobilística na próxima década, a tendência é de que a demanda siga alta nos próximos anos. Por outro lado, a retomada do consumo chinês de commodities agrícolas pode impor mais um desafio nos esforços para combater o desmatamento, inclusive no Brasil. Dependendo de como essa demanda acontecer (e de quanto tempo ela durar), isso pode comprometer os objetivos climáticos assumidos pelos países ao longo desta década.
Estadão e Valor também trataram do boom na demanda por metais. O Valor também publicou uma tradução da reportagem do FT.
ClimaInfo, 5 de maio de 2021.
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