Neste século, o aquecimento global acelerou o derretimento das cerca de 220 mil geleiras espalhadas pelo mundo. O volume de gelo derretido daria para encher uma área como a do Estado do Rio de Janeiro ou da Suíça debaixo de 6 metros de água todo ano, por 20 anos. Uma pesquisa publicada na Nature examinou dados de satélite das geleiras de quase todo o planeta – ficando de fora a Antártica e a Groenlândia. Os pesquisadores também constataram que esse derretimento está acelerando. A perda entre 2015 e 2019 foi 30% maior do que a que ocorreu entre 2000 e 2004. Tim Radison, no Climate News Network comentou o trabalho e a urgência de se conter o aquecimento global.
Cerca de 1,5 bilhão de pessoas dependem das águas originadas no derretimento normal das geleiras do Himalaia. Se sua retração seguir acelerando, essas pessoas enfrentarão falta de água para abastecimento e para a produção de alimentos.
O The Guardian publicou uma série de artigos sobre “nossas geleiras em extinção”. Uma das matérias trata da mudança de curso de rios. Dois rios, que em um trecho estejam separados por uma geleira, podem, com seu derretimento, se juntar em um único curso. Quem morava e dependia do outro ficou sem água. Outra matéria trata do lagos que estão sendo formados em alguns locais, acumulando as águas derretidas que podem transbordar ou simplesmente romper barreiras e inundar populações e lavouras. Fala-se em milhões de pessoas sob este risco. Uma terceira matéria traz fotos do tipo antes-e-depois documentando a retração de geleiras. E outras duas contam histórias de geleiras nos estados americanos de Oregon e Alasca. A Reuters conta que adivinhar o dia exato do derretimento em um determinado ponto numa geleira virou motivo de apostas. Este ano, o(s) ganhadore(s) receberam um prêmio de mais de US$ 230 mil. A cada ano, o dia acontece mais cedo.
ClimaInfo, 6 de maio de 2021.
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