Alemanha: Merkel rejeita antecipar prazo para abandono no carvão

17 de maio de 2021

A ambição das novas metas climáticas da Alemanha, anunciadas na semana passada, tem um limite: a dependência do carvão. A chanceler alemã Angela Merkel rejeitou exigências feitas por grupos ambientalistas para que o país antecipasse o prazo para abandonar o uso de carvão para geração de energia, atualmente fixado em 2038. Para ela, a antecipação desse prazo criaria uma incerteza na economia alemã, prejudicando o processo de transição energética para fontes renováveis e comprometendo a viabilidade dos objetivos de redução de emissões de carbono. Curiosamente, esse é o mesmo argumento utilizado pelos ativistas climáticos para pedir o fim do carvão mais cedo na Alemanha. Para eles, a persistência desse combustível fóssil ameaça inviabilizar as metas climáticas do país. A Reuters destacou a fala de Merkel. De acordo com a Associated Press, Merkel se dirigiu aos jovens, dizendo entender sua frustração e recomendando que se mobilizem para conquistar mais apoio político dentro dos partidos e do Parlamento alemão.

Enquanto isso, o Partido Verde alemão continua ganhando terreno nas pesquisas eleitorais e se organizando para propor uma agenda verde mais ambiciosa para os eleitores na votação nacional de setembro. Segundo a Reuters, a candidata dos Verdes para a sucessão de Merkel, Annalena Baerbock, planeja cortar subsídios ao combustível de aviação e abolir voos de curta distância caso o partido seja vitorioso nas eleições. Essas propostas estão em linha com algumas das medidas propostas pelo governo da França em sua nova lei climática; os franceses querem eliminar trechos aéreos domésticos entre destinos com opção de viagem ferroviária com menos de duas horas de duração.

Em tempo: O Parlamento da Espanha aprovou na semana passada um projeto de lei que compromete o país a atingir a neutralidade de suas emissões de carbono até 2050, em linha com os compromissos recentes da União Europeia e de outros países do continente. Pela proposta aprovada, o governo espanhol pretende reduzir as emissões de carbono do país em 23% até 2030 em relação aos níveis de 1990; essa meta deve ser revisada em 2023, quando Madri espera melhorá-las. A lei também prevê o fim da produção de combustíveis fósseis em território espanhol até 31 de dezembro de 2042. Associated Press, Climate Home, Reuters e Valor repercutiram a decisão espanhola.

 

ClimaInfo, 18 de maio de 2021.

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