O caminho da IEA para o net-zero é cheio de obstáculos

IEA net zero

O ineditismo do relatório da Agência Internacional de Energia (IEA) apontando caminhos para o mundo atingir a meta de emissões líquidas zero (net-zero) continua reverberando. Em resumo, em 2050, o PIB global terá dobrado apesar do consumo de energia cair 8%. Teremos mais 2 bilhões de pessoas, todas com acesso à energia. A matriz será radicalmente diferente: 67% renovável, 22% fóssil e 12% nuclear. Hoje, os fósseis respondem por mais de 80% e as renováveis por menos de 15%. Para chegar lá, será preciso parar imediatamente com investimentos em fósseis – petróleo, gás e carvão-, e, em 2040, gerar eletricidade 100% net-zero.

A Climate Change News disse que a bola, agora, está com governos e países que precisam fazer a lição de casa passada pela Agência. Na Reuters, Clyde Russell diz que faltou combinar com a Ásia. Um dos diretores do poderoso Ministério da Indústria do Japão (MITI) disse que o país não tem planos de parar de investir em petróleo, gás nem em carvão. Da Austrália vieram comentários no mesmo sentido. E, segundo a dupla Yuka Obayashi e Sonali Paul, também na Reuters, a Ásia é a peça-chave para toda essa transformação.

Mais irônicos, a Bloomberg disse que todos os caminhos levam ao net-zero, exceto os fáceis. O Telegraph britânico citou a bíblica estrada para Damasco, espantado com a conversão da Agência para o paraíso do net-zero, referindo-se a uma tendência histórica da Agência em proteger os fósseis.

Dois dos melhores resumos do trabalho saíram na Carbon Brief e no Financial Times.

 

ClimaInfo, 21 de maio de 2021.

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