Europa discute como repartir a meta climática entre seus membros

União Europeia divisão metas climáticas

A União Europeia anunciou, recentemente, sua meta de reduzir suas emissões em 55% até 2030. A discussão, segundo a Bloomberg Quint, é como repartir essa meta entre os países membros e os setores transnacionais como aviação e navegação. Os países do leste europeu, mais pobres e mais dependentes dos combustíveis fósseis, defendem a manutenção da regra vigente de repartir a meta segundo o PIB. Na rodada anterior, por exemplo, a meta da Bulgária foi não aumentar suas emissões e a da Polônia foi de reduzir 7% das emissões. Na outra ponta, a meta Sueca foi de uma redução de 40% e a da Alemanha, 33%. Além da partilha, a outra discussão é sobre novos setores econômicos terão obrigações de redução. Especificamente, se os setores de transporte e o de edificações por conta do alto consumo de gás e eletricidade devem ser incluídos. Os setores hoje cobertos, respondem por 40% das emissões do bloco. O resultado dessas negociações determina os volumes de permissões de emissão que são negociados no mercado de carbono europeu.

Aqui a conversa sobre mercados de carbono está limitada às expressões ufanistas sobre o potencial que o país tem de vender créditos de carbono. Carolina Prolo, no Valor, ao mesmo tempo que reconhece a importância dessas iniciativas, avisa que precisamos desenvolver o outro personagem essencial de um mercado – o comprador. E que seria interessante que a NDC brasileira também levasse a uma repartição da meta entre os setores e atividades.

Em tempo: Para quem se interessa pelo funcionamento dos mercados voluntários, vale ler um artigo na BEF (Biodiversity & Ecosystem Futures) sobre um sistema de registros de projetos baseado em blockchain, que integraria os registros dos principais certificadores existentes.

 

ClimaInfo, 28 de maio de 2021.

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