A WMO (Organização Meteorológica Mundial) anunciou que há uma chance de 40% de que, em um dos próximos 5 anos, a temperatura ultrapassará a marca dos 1,5°C. Ontem, saiu a edição deste ano das previsões para a próxima década com previsões ruins. É quase certo (90%) que pelo menos um dos próximos 5 anos será o mais quente dos registros, ultrapassando 2016, o atual recordista. Temperaturas mais altas na atmosfera e nos oceanos significam menos gelo, mais ondas de calor, mais furacões e ciclones, mais eventos extremos e o nível do mar mais alto. O que significa menos desenvolvimento sustentável, menos segurança alimentar e menos saúde. O secretário geral da WMO, Petteri Taalas, chamou a atenção para proteção e adaptação: “Apenas metade dos 193 membros da OMM tem serviços de alerta rápido (early warning) de última geração. Os países precisam continuar a desenvolver os serviços que serão necessários para apoiar a adaptação em setores sensíveis ao clima – tais como saúde, água, agricultura e energias renováveis – e promover sistemas de alerta rápido que reduzam os impactos adversos de eventos extremos.”
O trabalho foi comentado pelo Observatório do Clima e pelo Carbon Brief e destacado no Financial Times, AP e Bloomberg, dentre outras.
Aviso: É preciso esclarecer que ultrapassar a marca de 1,5°C em um dado ano não significa que a meta mais ambiciosa de Paris perde a validade. A temperatura média global aumenta oscilando de um ano para outro. É assim que as previsões do WMO devem ser vistas. Hunter Cutting postou este esclarecimento no seu Twitter. Também é importante destacar que, na linguagem do nosso Copom, o viés é inexoravelmente de alta.
ClimaInfo, 28 de maio de 2021.
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