Derretimento da geleira gigante de Pine Island se acelera na Antártica 

Pine Island Antártica

Um estudo publicado na semana passada na Sciences Advances alertou para a aceleração do processo de derretimento da geleira Pine Island, uma das maiores da Antártica ocidental. De acordo com os cientistas responsáveis pela análise, a plataforma de gelo recuou 20 km entre 2017 e 2020. Nesse período, foram registrados três grandes eventos de ruptura na geleira, que criaram icebergs de mais de 8 km de comprimento e 36 km de largura, que se fragmentaram em blocos menores de gelo à medida que adentravam no mar.

A geleira Pine Island atua também como uma “rolha”, contendo uma massa ainda maior de gelo acumulada sobre o continente Antártico – sem ela, esse gelo cairia no mar. Estima-se que a geleira tenha 180 trilhões de toneladas de gelo; se descongelado, esse volume extra de água elevaria os níveis globais do mar em meio metro. Associated Press e Washington Post deram mais informações sobre a análise e os riscos de colapso da geleira de Pine Island.

E por falar em mar, Fiona Harvey conversou no Guardian com a oceanógrafa Sylvia Earle, tida como a “rainha das profundezas” entre os cientistas da área. Para Earle, estamos em um momento-chave para o futuro da vida marinha: se o mundo não reverter o quadro de poluição e degradação dos ecossistemas oceânicos, a vida no mar estará sob risco de colapso sistêmico até o final deste século. “Os próximos dez anos são estratégicos, e 2020 [e a pandemia de COVID-19] deveria ter sido o grande alerta. Nós, humanos, temos que ouvir as Leis da Natureza e enfrentar a realidade de que estamos causando nossa própria miséria”.

 

ClimaInfo, 14 de junho de 2021.

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