Depois de quase cinco meses na Casa Branca, Joe Biden começa a sentir os efeitos da divisão político-partidária do Congresso em suas ambições climáticas. Os projetos arrojados apresentados no começo do governo parecem cada vez mais distantes de se tornarem realidade, ao menos no grau e amplitude pretendidos pelo presidente norte-americano e desejados por ativistas climáticos dentro e fora do Partido Democrata.
O principal ponto de interrogação está no pacote trilionário proposto por Biden para revitalizar e adaptar a infraestrutura dos EUA, que prevê diversos incentivos a fontes renováveis de energia. Sem a maioria necessária para superarem a obstrução da oposição republicana no Senado, os democratas ensaiam todos os caminhos possíveis para conseguirem tirar ao menos alguns desses projetos do papel, que vão desde negociações delicadas com os senadores republicanos (em troca do enfraquecimento das medidas climáticas) até a mudança radical das regras de tramitação de projetos na Casa (o que manteria a ambição das ações, ao custo da inviabilização de qualquer diálogo futuro com os republicanos). Financial Times e Washington Post abordaram o tabuleiro político dos democratas.
Os obstáculos ao plano climático de Biden não se limitam ao Congresso. Nesta semana, um juiz federal deu liminar favorável a 13 estados (governados pela oposição republicana) que processaram a Casa Branca pelo veto imposto a novos projetos de exploração de petróleo em terras públicas arrendadas pela União. A medida é vista como importante pelo governo Biden para acelerar a transição para fontes energéticas mais limpas e restringir a produção e o consumo de combustíveis fósseis. Associated Press, Bloomberg, Financial Times e Reuters comentaram a decisão e o impacto dela no plano climático de Biden.
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ClimaInfo, 18 de junho de 2021.
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