Mais de 130 países, responsáveis por quase ¾ das emissões globais anunciaram ou estão pensando em assumir compromissos de neutralidade climática, o net-zero, a partir de determinada data. Mas estas promessas de net-zero para daqui a 30 anos podem esconder um esforço imediato pífio. Há muitas maneiras de se esconder atrás deste tipo de promessa, como adotar premissas pouco claras ou metas restritas a uma parte pequena da economia do país.
A Climate Action Tracker publicou um trabalho conjunto da Climate Analytics e do NewClimate Institute com vários pontos para separar o trigo do joio pintado de verde. Os primeiros são:
- Definir claramente as datas e, preferencialmente, metas intermediárias passíveis de ser verificadas;
- Abranger todos os gases de efeito estufa, todas as fontes de emissão e todos os setores econômicos;
- Incluir as emissões das navegação e aviação internacionais; e
- O ideal é que todas as remoções ocorram dentro das fronteiras do país. E, claro, as emissões também.
Os outros incluem colocar as metas e auditorias em lei, e detalhar metas intermediárias, separando emissões de remoções e o planejamento para atingi-las. Há um ponto específico para o monitoramento das atividades de remoção de CO2 da atmosfera, seja pelo plantio de árvores, seja por processos de captura e armazenagem.
O último ponto é uma explicação clara e transparente de porque a meta de net-zero reflete uma justa contribuição do país para limitar o aquecimento global em 1,5°C. A Climate Change News comentou a recomendação.
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ClimaInfo, 25 de junho de 2021.
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