Precificar as emissões pode derrubar 20% do valor de ações

precificação de carbono

Para quem vende a ideia de que a transição para uma economia de baixo carbono será um ganha-ganha, um estudo encomendado por um fundo de investimentos diz que o mercado global de ações será impactado quando o mundo passar a precificar as emissões. O Financial Times conta que o estudo, bancado pela Kempen, simulou a introdução repentina de um preço global de US$ 75 por tonelada de carbono. O mercado perderia rapidamente 20% do seu valor pela propagação ao longo das cadeias de suprimentos. Se o choque fosse de US$ 150, o tombo dos mercados seria de mais de 40%. Esse impacto, segundo o trabalho, seria diferente na Europa, onde o mercado de carbono existe há tempos, do que seria sentido nos EUA. Com o preço de US$75, o mercado americano perderia 27% do seu valor, enquanto o da Europa cairia 15%. O site brasileiro da Capital Reset comentou o artigo.

Falando em preços de carbono e seus mercados, a Carbon Market Watch investigou empresas fósseis colombianas que evitaram o imposto de carbono existente no país comprando créditos de carbono de projetos de preservação florestal, o que é permitido. A investigação descobriu que a quantidade de créditos emitidos foi muito maior do que deveria, em função de manipulações de linhas de base e dos projetos receberem, ao mesmo tempo, financiamento climático, caracterizando uma dupla contagem – a mesma tonelada de carbono virou um crédito e serviu para justificar o financiamento. A Climate Change News e o The Guardian comentaram a investigação. Isso reforça o argumento de grupos de que créditos de carbono talvez não sejam o instrumento adequado para pagar pela preservação de florestas.

 

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ClimaInfo, de julho de 2021.

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