Transição energética sem planejamento pode elitizar acesso a carros, aponta estudo

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Enquanto a indústria automotiva global acelera rumo à eletrificação, os consumidores brasileiros mais pobres poderão ficar no meio do caminho. O alerta é de pesquisadores do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), que lançaram ontem (1º/7) um novo estudo que analisa a transição da indústria automotiva no Brasil e as perspectivas para uma mobilidade urbana inclusiva e de baixas emissões de carbono.

Segundo a pesquisa, uma transição feita sem considerar os efeitos socioeconômicos pode resultar em um cenário negativo, com perda de empregos em toda a cadeia produtiva do setor, a continuação da produção de carros poluidores, a dependência externa para o suprimento de veículos elétricos, a maior elitização do automóvel como bem de consumo, e a falência generalizada do sistema de transporte público. “Se os caminhos da indústria brasileira e a transformação digital do século XXI não forem geridos e orientados com objetivos em prol de uma mobilidade urbana e inclusiva e a redução de desigualdades socioeconômicas, a tendência é de retrocessos”, observou David Tsai, pesquisador do IEMA e um dos autores do estudo.

Para evitar esse cenário, os autores recomendam uma abordagem conjunta sobre o futuro da indústria automotiva, do transporte público coletivo e de seus trabalhadores. Além do desenvolvimento tecnológico por parte das montadoras, o setor precisa de políticas de mobilidade que assegurem condições básicas para facilitar o acesso da população ao veículo elétrico e que aperfeiçoe e incentive os sistemas de transporte público urbano.

 

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ClimaInfo, 2 de julho de 2021.

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