Os maiores produtores mundiais de petróleo paralisaram conversas sobre um novo acordo para aumentar a oferta do combustível nos próximos meses, o que deixou especialistas preocupados sobre novos aumentos no preço internacional do óleo. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) não conseguiram superar divergências entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos em torno de um novo cronograma para a retomada da produção pós-pandemia. Os sauditas defendem um aumento na produção da OPEP+ nos próximos meses, além de uma extensão do acordo entre o cartel e a Rússia até o final de 2022 para garantir estabilidade. Já o governo dos EAU rejeitou a prorrogação do acordo, que definiu novos limites comuns para a produção de petróleo, e exigiu uma retomada da produção em volume maior no ano que vem. Como resultado, os limites estabelecidos no começo do ano para a produção de petróleo devem seguir vigentes em agosto. O contrato futuro de petróleo Brent fechou a 2ª feira (5/7) em alta de 1,74%, a US 77,16 por barril no mercado de Londres, o maior valor em três anos. Bloomberg, Financial Times e Valor destacaram essa notícia.
O mercado global de petróleo viveu altos e baixos no último ano. Depois de cair para o patamar mais baixo da história no auge da pandemia, em meados de 2020, o preço do barril se recuperou nos últimos meses. Como a Reuters apontou, as grandes petroleiras esperam que a recuperação econômica pós-pandemia nos principais mercados puxe o preço para cima. Ao mesmo tempo, as empresas não estão se deixando levar por ilusões sobre o futuro do petróleo no contexto da mudança do clima: com financiamento cada vez mais escasso, a corrida agora é para vender os ativos fósseis enquanto o preço for atrativo para não ficar com o risco de perder bilhões de dólares em investimentos em uma atividade econômica insustentável no longo prazo.
Leia mais sobre preço do petróleo e aquecimento global no ClimaInfo aqui.
ClimaInfo, 6 de julho de 2021.
Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.
