Produção de soja intensifica desmatamento do Gran Chaco

Soja Gran Chaco

Junto com o Cerrado brasileiro, o Gran Chaco sul-americano é considerado um dos biomas mais ameaçados pelo avanço da fronteira agrícola no continente – e um dos mais negligenciados pela opinião pública e pela imprensa em geral. A Reuters ressaltou a fragilidade crescente do Gran Chaco, consumido pela expansão da soja e pela exploração madeireira. No último mês, ambientalistas argentinos reforçaram argumentos em um processo judicial contra o governo do país, sustentando que há evidências de “violação sistêmica” da lei florestal argentina, que restringe o corte de árvores a trechos específicos da floresta. Além disso, os responsáveis por violações a essa legislação não estão sendo penalizados da maneira prevista, safando-se na prática de obrigações de recuperação das áreas desmatadas ilegalmente.

Com mais de 1 milhão de km2, concentrados principalmente na Argentina, Paraguai e Bolívia, o Gran Chaco é considerado uma “bomba-relógio” de carbono. Como explicou Marina Aizen n’O Eco, não apenas as emissões históricas foram subestimadas, mas a quantidade de carbono armazenado na floresta em pé também foi minimizada, o que torna a conservação do bioma ainda mais estratégica. Tal como no Cerrado, a maior parte das áreas desmatadas foi dedicada para a produção de soja para exportação, além de carne bovina e outros grãos. Desde 1985, o Gran Chaco perdeu cerca de 14 milhões de hectares de área vegetal nativa.

 

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ClimaInfo, 6 de julho de 2021.

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