O levantamento anual do setor energético da petroleira BP concluiu que a capacidade mundial de geração elétrica por fonte eólica e solar cresceu 238 gigawatts (GW) em 2020, mesmo com o planeta enfrentando a pior pandemia em mais de um século. Segundo a BP, o aumento foi impulsionado pela China, que respondeu por cerca de metade da expansão global de capacidade instalada de geração eólica e solar.
“O aumento da capacidade instalada no ano passado foi 50% maior do que em qualquer outro momento da história, apesar do mundo enfrentar a maior recessão em tempos de paz”, observou o economista-chefe da BP, Spencer Dale. Ao mesmo tempo, as emissões da indústria de energia caíram 6,3% em 2020, a maior queda desde a Segunda Guerra Mundial, puxada principalmente pela diminuição da demanda por petróleo (9,7%) e carvão (4,4%). Financial Times, Guardian, Reuters e Wall Street Journal deram destaque para esses dados.
Por outro lado, a expectativa é de que a demanda por combustíveis fósseis e as emissões de carbono do setor voltem a crescer em 2021, como reflexo da retomada da atividade econômica nos principais mercados. Nesta semana, a Agência Internacional de Energia (IEA) alertou que uma recuperação na demanda global de gás até 2024, depois da queda recorde registrada no ano passado, deve dificultar ainda mais o esforço do planeta para atingir o net-zero em 2050. “A demanda por gás natural deve se recuperar fortemente em 2021 e continuará crescendo caso os governos não implementem políticas fortes para levar o mundo a um caminho de emissões líquidas zero até meados do século”, observou. A expectativa é de que a demanda por gás cresça 3,6% neste ano, com crescimento previsto de 1,7% ao ano entre 2022 e 2024. A Reuters deu mais detalhes.
Outro indício preocupante é a retomada do carvão nos EUA: depois de sofrer a maior queda histórica em 2020, a produção norte-americana de carvão deve aumentar 15% em 2021 para atender à demanda mais forte por eletricidade nos EUA. Se isso se confirmar, será o maior crescimento anual desde 1990. A notícia é da Bloomberg.
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ClimaInfo, 9 de julho de 2021.
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