EUA ensaiam impor uma taxa de carbono sobre importações

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Enquanto contesta a proposta de taxação de carbono sobre produtos importados na Europa, os Estados Unidos começam a enxergar esse mecanismo como uma fonte eventual de recursos para financiar seu megaplano de infraestrutura. Segundo o NY Times, senadores do Partido Democrata chegaram a um acordo em Washington para a criação de um imposto sobre carbono nas importações de países que não tenham políticas agressivas de combate à mudança do clima. A proposta foi bem recebida por ativistas, que enxergam na medida uma sinalização adicional do governo dos EUA sobre a seriedade de suas políticas climáticas para o resto do mundo.

A questão financeira tem sido um dos obstáculos para a aprovação do pacote de infraestrutura proposto por Biden no Congresso norte-americano. Estimado em mais de US$ 3 trilhões, o plano pretende revitalizar a infraestrutura do país e impulsionar ações de mitigação e adaptação climática, como a adoção de fontes renováveis de energia e o aumento da eficiência energética. A possibilidade de uma taxa de carbono sobre as importações oferece não apenas uma fonte potencial de recursos, mas também representa uma proteção à competitividade da indústria doméstica.

De toda maneira, o cenário político ainda é incerto para a aprovação da proposta, bem como do pacote climático de Biden. Os democratas possuem uma maioria mínima no Senado, hoje dividido pela metade com a oposição republicana e com o voto de minerva da vice-presidente Kamala Harris. A Casa Branca tem enfrentado problemas não apenas no diálogo com a oposição republicana, mas também com a própria bancada democrata, especialmente com senadores moderados.

Associated Press, Financial Times, Reuters, Valor e Wall Street Journal repercutiram essa notícia.

 

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ClimaInfo, 16 de julho de 2021.

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