O Norte se dá conta de que não está adaptado à mudança climática

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Parece que o Norte rico se deu conta de que o clima mudou. Um ponto em comum entre as recentes enchentes e ondas de calor: os sistemas de aviso, alarme e socorro não estavam preparados para o tamanho e velocidade dos eventos. A adaptação à mudança climática existe, em grande parte, apenas na cabeça de cientistas e ativistas. Para governos e boa parte da população, é algo para ser tratado no futuro, ou, nos países mais pobres do Sul global.

Nos últimos 30 dias vimos um domo de calor se instalar numa vasta região a partir do litoral do Pacífico na fronteira entre EUA e Canadá. Recordes de temperatura seguido de incêndios cuja fumaça chegou até Nova York. Estima-se que tenha provocado centenas de mortes. Na semana passada, um dilúvio no norte da Alemanha matou mais de 200 pessoas e ainda há quase outro tanto desaparecido. A CNN pegou uma frase da chanceler Angela Merkel: “Quase posso dizer que não há palavras na língua alemã para a devastação”. Nesta semana, outro dilúvio submergiu a cidade Zhengzhou, na China central.

Cientistas foram rápidos em dizer que não há dúvidas sobre o papel da mudança climática na onda de calor e nas inundações. A Economist diz que não haverá mais lugar seguro em um mundo 3°C mais quente. O The Guardian diz que já não há mais nenhum lugar seguro. A Reuters fala mais sobre a vulnerabilidade dos países mais ricos e poderosos. Jeff Da Costa, cientista ambiental, no Climate Change News, relata o drama de seus pais cuja casa na Alemanha foi inundada. Costa fala dos sistemas de alerta: “Os modelos meteorológicos têm resolução suficientemente alta para nos avisar, muitas vezes em tempo suficiente. Mas em algum lugar entre os meteorologistas e o público, falta algo […] Afinal, se não conseguirmos administrar o presente, o que isso diz sobre nossos planos para o futuro”.

 

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ClimaInfo, 23 de julho de 2021.

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