Nível dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste bate marca histórica

27 de julho de 2021

O nível dos reservatórios do sistema Sudeste/Centro-Oeste continua caindo e, ontem, bateu o recorde histórico. Segundo Lauro Jardim, n’O Globo, foi menor até do que o ponto mais baixo registrado durante o Apagão de 2001. O sistema segue vulnerável e pode comprometer a retomada da economia pós-pandemia, seja pelo alto custo de operar as térmicas, seja pela necessidade de deslocar o consumo do horário de ponta.

Roberto Kishinami, do iCS, disse à CNN Brasil que o governo deveria adotar um racionamento. Tanto nosso histórico do Apagão quanto a experiência internacional mostram que demorar para agir implicará em medidas mais duras: agir agora doerá menos do que empurrar a crise até o final do ano. Mesmo se o cálculo do governo for puramente eleitoreiro, melhor um racionamento agora do que um em cima da eleição do ano que vem.

E não é verdade que o governo foi pego de surpresa pela falta de chuvas no último verão. José Marangon, ex-diretor da ANEEL, disse à Folha que há estudos desde 2012 avisando que a mudança do clima abaixaria o nível dos reservatórios. O tombo da pandemia no ano passado mitigou um problema que poderia ter estourado antes. A matéria da Folha conta que quem governa o sistema elétrico segue repetindo o refrão de que não há dados confiáveis a não ser os históricos. A velocidade com que o clima está mudando – é só ver as ondas de calor, inundações,  incêndios florestais e derretimento de geleiras – deveria ser o suficiente para usar esses históricos com uma pitada grande de sal. Enquanto isso não acontecer, o consumidor seguirá pagando pelas teimosia e inércia do sistema e, ainda por cima, terá que conviver com apaguinhos e apagões.

Em tempo: O governo argentino decretou emergência hídrica pelos próximos 6 meses em toda a região da bacia do Rio da Prata pela estiagem nos rios que a formam: os brasileiros Paraná e Iguaçu e o Paraguai. A baixa dos rios reduz a navegabilidade, crucial para o transporte de sua soja. O Valor comentou.

 

ClimaInfo, 27 de julho de 2021.

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