Rumo a desastres nunca antes vistos pela humanidade

crise climática desastres

A continuar na toada atual, o chamado business as usual, a humanidade caminhará cada vez mais rápido para o momento de ultrapassagem de vários dos pontos sem volta, os tipping points, dos ecossistemas terrestres. Em 2019, milhares de cientistas de quase todos os países declararam que o clima entrava em estado de emergência e, ao mesmo tempo, avisaram que outros “sinais vitais” do planeta também estavam ameaçados.

Ontem, um grupo destes cientistas publicou uma atualização na Bioscience sobre estes sinais vitais cada vez mais fracos. Um desses sinais é o desmatamento da nossa parte da Amazônia, com regiões cada vez maiores emitindo mais gases de efeito estufa do que removendo.

As concentrações atmosféricas dos três principais gases que têm efeito estufa – dióxido de carbono, metano e óxido nitroso – seguem aumentando e batendo recordes. Assim como a temperatura média global. Os 5 anos mais quentes dos registros aconteceram depois de 2014.

E, assim como a atmosfera, os oceanos estão mais quentes e mais ácidos, provocando a perda de corais e da base da cadeia alimentar marinha.

O gelo nas Antártica e Groenlândia derrete cada vez mais rápido. Perde-se 30% mais gelo do que há 15 anos.

As emissões chinesas já são maiores do que as de EUA, Europa, Japão e Canadá somadas. Apesar das promessas de neutralidade, esses países seguem construindo mais térmicas a carvão. Após uma pequena parada no ano passado, as emissões globais da queima de fósseis devem voltar a aumentar neste ano.

O artigo diz que tudo isso já seria suficientemente trágico, mas a tendência é piorar, posto que países e pessoas seguem levando a vida como se nada disso estivesse acontecendo. A receita é tão simples quanto difícil: parar de queimar fósseis, parar de emitir metano e outros gases de curta permanência, restaurar e proteger ecossistemas, parar de comer carne e zerar o desperdício de alimentos, passar de uma economia baseada no crescimento infinito do PIB para uma circular e ecológica e, finalmente, reduzir a taxa de fertilidade por meio da educação e promoção de direitos de mulheres e meninas.

O ClimaInfo, e muitos outros, acrescenta que é imprescindível reduzir desigualdades de todos os tipos.

Vale ver os artigos do The Guardian e The Independent.

 

Leia mais sobre crise climática e emissões de gases de efeito estufa no ClimaInfo aqui.

 

ClimaInfo, 29 de julho de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.