Vacinas, quarentena e custos seguem como obstáculos para a participação de países pobres na COP26

COP26 negociações

Enquanto o Reino Unido e a ONU intensificam a preparação para a Conferência sobre o Clima (COP26), programada para acontecer em Glasgow no mês de novembro, a maior parte dos países em desenvolvimento segue preocupada com obstáculos logísticos e sanitários à participação presencial de seus representantes. Daniela Chiaretti fez um panorama dessas preocupações no Valor.

Pelas regras atuais do governo britânico, viajantes da maioria dos países em desenvolvimento (incluindo o Brasil) precisariam cumprir uma quarentena de 11 dias, mesmo estando completamente vacinados. Isso acarretaria um custo extra proibitivo que, na prática, impediria a participação presencial de representantes dessas nações nas negociações da COP26. O tipo de vacina reconhecido pelos britânicos para entrada no país também é um obstáculo: a CoronaVac, por exemplo, ainda não está na lista de imunizantes autorizados pelo Reino Unido – a despeito de ela ter sido aplicada por boa parte desses países pobres, Brasil incluído.

Ao mesmo tempo, as expectativas políticas em torno da COP26 também não são boas. Faltando menos de três meses para a conferência, as principais economias do mundo não conseguiram chegar a um entendimento sobre questões-chave na agenda de Glasgow, como o financiamento para ação climática, a eliminação do carvão para geração de energia e a meta de descarbonização da economia global até 2050. A Bloomberg fez uma síntese da sinuca-de-bico que está se formando e que pode travar as negociações da COP em novembro.

O risco de um fracasso não é pequeno. Segundo o jornal Independent, o primeiro-ministro Boris Johnson está sendo pressionado por lideranças políticas dentro e fora do Reino Unido a entrar de cabeça nas discussões preparatórias para a COP e garantir que os países em desenvolvimento tenham condições – e vacinas – para participar presencialmente da Conferência.

 

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ClimaInfo, 3 de agosto de 2021.

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