Planos de reflorestamento massivo podem colocar em risco segurança alimentar, alerta OXFAM

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Na esteira das promessas de descarbonização de governos e empresas, um dos projetos preferidos tem sido o reflorestamento. No entanto, uma análise feita pela ONG OXFAM alertou para o risco dessas iniciativas causarem um aumento acentuado no preço dos alimentos nos países em desenvolvimento, deixando milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar.

O relatório estimou que uma estratégia de descarbonização pautada somente no plantio de árvores exigiria pelo menos 1,6 bilhão de hectares de terras, uma área cinco vezes o tamanho da Índia. De acordo com análise, o preço médio dos alimentos poderá subir 80% até 2050 se a compensação de emissões por meio da silvicultura for superutilizada.

“Net-zero deve ser baseado em metas de zero real, que exigem cortes drásticos e genuínos nas emissões, eliminando os combustíveis fósseis e investindo em energia limpa e cadeias de abastecimento”, observou Nafkote Dabi, líder de mudanças climáticas da OXFAM Internacional. “Os esquemas de remoção de carbono baseados na natureza e na terra são uma parte importante da combinação de esforços necessários para se reduzir as emissões globais, mas devem ser perseguidos de uma forma mais cautelosa”.

Guardian e Independent repercutiram a análise da OXFAM.

Em tempo: O Financial Times destacou os problemas que os incêndios florestais massivos estão causando para esquemas de offset de emissões de carbono nos EUA. Áreas de floresta utilizadas por empresas como BP e Microsoft para compensar suas emissões estão sendo afetadas pelo fogo no oeste do país, o que pode esvaziar esse tipo de iniciativa e dificultar o cumprimento dos objetivos corporativos de redução de emissões e descarbonização até meados deste século.

 

ClimaInfo, 4 de agosto de 2021.

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