Reduzir emissões de metano nesta década será chave para conter aquecimento global

emissões de metano

O IPCC deu uma ênfase inédita ao papel do metano no estado do clima. A concentração do gás na atmosfera aumentou duas vezes e meia desde 1750 vindo, principalmente, do setor de combustíveis fósseis, da criação de ruminantes e do derretimento do permafrost ártico. As queimadas, como as praticadas aqui, também liberam metano, mas em menor quantidade.

O gás dura menos na atmosfera do que o dióxido de carbono, sendo que seu potencial de aquecimento ao longo de 20 anos é 83 vezes maior do que o CO2. Assim, reduzir as emissões de metano é imprescindível para cumprir as metas de 2050.

Uma matéria da BBC se refere ao relatório do IPCC para contar que entre 30% a 50% do aumento de temperatura registrado até agora é devido ao metano. E a Climate Change News conta que apenas 13 países citam o metano nas metas climáticas contidas nas NDCs. O Brasil não está entre eles. A Scientific American aborda as emissões de metano e de CO2 do derretimento do permafrost, perguntando-se qual o impacto que este acabará tendo sobre o aquecimento global.

A transição para longe dos combustíveis fósseis reduz parte importante do metano antrópico, na forma de menos vazamentos de poço e dutos e de menos combustão incompleta. Uma transição da alimentação, reduzindo drasticamente o consumo de carne vermelha, reduz o tamanho do rebanho de ruminantes e de seus arrotos e dejetos. Só o rebanho bovino brasileiro é responsável por uma emissão anual maior do que a emissão total de países como a França e o Reino Unido.

Em tempo: Vale falar de novo aqui da importância do Atlas Climático interativo do IPCC, lançado junto com o relatório. A Vox fez um bom artigo a respeito.

 

ClimaInfo, 12 de agosto de 2021.

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